Durante a aquisição do conhecimento, o erro construtivo deve ser visto como um processo necessário de construção de saberes.
Refletir sobre os fatores que levam os discentes a construírem suas estratégias e chegar à leitura e escrita convencional, há um longo caminho a ser percorrido. Daí a ideia do erro ser considerado em processo inteligente, pois usa a iniciação de uma construção sobre suas aquisições do código escrito. Durante as atividades de escrita, percebemos o quando as crianças evoluem, buscando aproximar-se da escrita convencional.
Observando alguns exemplos retirados das produções dos alunos do 1ºano do ensino fundamental, servirá para esclarece melhor este ponto de vista. Ao escrever a palavra SEBOLA com S inicial, a criança responde quando questionada que escreveu com a mesma letra ou valor sonoro inicial de semana, semente, sério. Ao se deparar com a escrita de SEBOLA com C, ocorrerá o desequilíbrio, no primeiro momento ela não compreende, duvida da escrita apresentada, passa a se questionar e se ajudado ocorrerá uma nova equilibração, mais rica que a anterior, pois agora tem mais argumentos.
A ação pedagógica trazida leva a crer que quando ocorre um erro construtivo, acontece o desequilíbrio e a reflexão. Quando se instaura dúvidas e o sujeito envolvido na situação passa a ser questionado e principalmente a questionar-se, então o professor propõe intervenções especifica e adequadas para que possa se chegar a uma equilibração, só que desta vez com mais suportes do que tinha anteriormente.
A atividade mental é construída pelo sujeito através de apropriações progressivas, desde as mais simples às mais sofisticadas por meio de assimilação e acomodação. (PIAGET apud BARRY, 2007)
Portanto o erro construtivo pode e deve ser entendido como um estágio ou nível de desenvolvimento do sujeito, pois o erro que ocorreu neste caso não é definitivo, uma vez que as hipóteses dos alunos não são estanques, mas sim um processo que sofre transformações a cada nova informação obtida.
Neste sentido, as intervenções propostas pelos educadores devem estar de acordo com o desenvolvimento cognitivo do educando, principalmente no que diz respeito às situações de aprendizagem que os levam a pensar, discutir e principalmente desperta certas curiosidades. Pois para cada tipo de erro há procedimentos pedagógicos diferenciados que se adequará melhor.
Nesta abordagem, o papel do professor é atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal, antes mesmo de pensar em qualquer intervenção pedagógica, o mediador destas aprendizagens deve entender a Zona de Desenvolvimento Real, por ser fundamental e determinante para que ocorram as aprendizagens e principalmente para que haja enriquecimento das mesmas. (VIGOTSKY apud FONTES, 1998)
Neste sentido Piaget afirma que a criança deve vivenciar vários conceitos, nos quais as aprendizagens se misturam para se ter novos conhecimentos e gerar uma aprendizagem significativa, ou seja, a aprendizagem deve estar sempre em evolução, que são organizadas dentro do cérebro, em busca de um conhecimento que já existe para ser reformulado.
Referências
http://www.alb.com.br/anais16/sem10pdf/sm10ss09_08.pdf .Acesso em 23/10/2009
PIAGET, Jean inteligência e afetividade da criança na teoria Piagetiana. Barry J. São Paulo.. 1997
VYGOTSKY, L. - A formação social da mente. Martins Fontes, São Paulo, ed.. 6ª 1988.
www.alb.com.br/anais14/sem12/c12049.doc. Acesso em 23/10/2009
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